terça-feira, 30 de agosto de 2011

Órixa Osum

Ọ̀ṣun, nome de um rio em Oṣogbô,região da Nigéria, em Ijeṣá. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Ọ̀ṣun é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Ọ̀ṣun, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.

Ọ̀ṣun domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência: atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir fortes correntes e cavernas profundas.
Ọ̀ṣun é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e objetos de uso pessoal Orixá feminino, onde sua imagem é quase sempre associada a maternidade, sendo comum ser invocada com a expressão "Mamãe Ọ̀ṣun". Gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.
Filha predileta de Òşàlà e Yèmọnja. Nos mitos, ela foi casada com Ọ̀ṣọ́ọ̀si, a quem engana, com Şàngó, com Ògún, de quem sofria maus tratos e Şàngó a salva.
Seduz Ọbalúwaìye, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele, assim, que afaste a peste do reino de Şàngó. Mas Ọ̀ṣun é considerada unanimente como uma das esposas de Şàngó e rival de Iansã e Òbá.
Segunda mulher de Şàngó, deusa do ouro (na África seu metal era o cobre), riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
À Ọ̀ṣun pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Ọ̀ṣun que se pede ajuda. Ọ̀ṣun é essencialmente o Orixá das mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto. Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura.
Ọ̀ṣun mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.
Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura e num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento. Ọ̀ṣun é o orixá da riqueza - dona do ouro, fruto das entranhas da terra. É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente, mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e compassiva, nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de jóias, é a rainha que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos Yoruba: aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios e é responsável pela boa ordem na feira.
Ọ̀ṣun tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação até o momento do parto, onde Yèmọnja ampara a cabeça da criança e a entrega aos seus Pais e Mães de cabeça. Ọ̀ṣun continua ainda zelando pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.
É o orixá do amor, Ọ̀ṣun é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Ọ̀ṣun não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Ọ̀ṣun é, sobretudo a deusa do amor.
O Orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a Ọ̀ṣun. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Ọ̀ṣun não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano Veloso, "gente é pra brilhar, mas Ọ̀ṣun é o próprio brilho em orixá.
A face de Ọ̀ṣun é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó (oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Yèmọnja ao ver sua filhinha sangrar logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ògún, que recorre ao curandeiro Ọ̀sónyìn, afinal a primeira e tão querida filha de Yèmọnja não podia morrer. Filha mimada, Ọ̀ṣun é guardada por Ọrúnmilà, que a cria.
Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Yèmọnja é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas - mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Òşàlà (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Ọ̀ṣun, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês.Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Ọ̀ṣun também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão místico Yorubano.
Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos - é dos poucos Orixás Yorubas que absolutamente não gosta da guerra.
Tudo que sai da boca dos filhos da Ọ̀ṣun deve ser levado em conta, pois eles têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou revelando presságios.
Desempenha importante papel no jogo de búzios, pois à ela quem formula as perguntas que Exú responde.



No Candomblé, quando Ọ̀ṣun dança traz na mão uma espada e um espelho, revelando-se em sua condição de guerreira da sedução. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias e pulseiras, tudo isso num movimento lânguido e provocante.
Qualidades
  • Yèyé MORIN ou IBERIN (feminina e elegante)
  • Yèyé IPETU deve ser Ọya Petu.
  • Ọ̀ṣun POPOLÓKUM (que não desce sobre a cabeça de suas filhas)
  • Yèyé OLÓKÒ (vive nas florestas)
  • Yèyé Ipóndà A mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés. Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de origem. Usa um abebé nas mãos, uma alfange, por ser guerreira, e um ofá dourado, por sua ligação com Oxóssi. É a verdadeira Ọ̀ṣun Ijeṣa que veio de Ijesa ou de Ipondá. Vive no mato com o marido, veste-se de amarelo ouro. E desconfiada, astuta, observadora, intuitiva.
  • Yèyé Ònírá Caminha com Ọya Ònírá, com quem muitas vezes é confundida.
  • Yèyé Okè é, provavelmente, a mesma que Yèyé Loke, tipo muito guerreiro.
  • Yèyé OGA é uma òsun velha e rabugenta.
  • Yèyé KARÉ é um tipo de òsun mais velha, autoritária, guerreira e agressiva.
  • Ọ̀ṣun ABALÔ (Agba ilu) é uma velha òsun, a mais idosa de todas, e chefe das mulheres. Maternal, avó, amorosa é uma mulher que tem numerosos filhos e netos. Mas é bastante severa e autoritária. Usa azul claro. E abèbé
  • Ọ̀ṣun Òpàrà seria a mais jovem das Òsun, e um tipo guerreira que acompanha Ògún (ou Sàngó) vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se manifestam, juntos numa festa, leva uma espada na mão e pode vestir-se de cor de rosa.
  • Ọ̀ṣun Osogbò é uma òsun muito jovem e vaidosa, que usa colares de contas de louça amarelo claro.
  • Ọ̀ṣun AYALÁ (a avó, que foi mulher de Ògún )
  • Ọ̀ṣun Ijimu Com estreita ligação com as feiticeiras Iyámi-Ajé, considerada a rainha de todas as Oxuns. Temida pela suas brigas e vinganças
  • Ajagura, outra òsun guerreira que leva espada, jovem, casada com Aganju, rival de Yasan. Representa um tipo semelhante a Apará; Apara parece, porém mais agressiva e orgulhosa.
  • Yèyé odo é a òsun das fontes; talvez seja a mesma que íyá mi Odo ou Iya Nodo, um tipo Yemánjá.
  • Ọ̀ṣun iya omi é a òsun saudada no siré, também idosa. É aquela que faz as perguntas a Esu no jogo divinatório de Ifá.
  • Éwuji uma Ọ̀ṣun maternal e generosa, saudada no pàdé.
  • Como Ọ̀ṣun conseguiu participar das reuniões dos Orixás Masculinos
    Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Ọ̀ṣun, revoltada por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes, tornando assim a terra improdutiva. Olorum foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olorum perguntou a eles se Ọ̀ṣun participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Ọ̀ṣun e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo. Os Orixás convidaram Ọ̀ṣun para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Ọ̀ṣun resolve aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Ọ̀ṣun é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade.
    Como Ọ̀ṣun criou o Candomblé
    Foi de Ọ̀ṣun a delicada missão dada por Olorum de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Ọ̀ṣun veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de Ecodidé (um pássaro sagrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé.
    Ọ̀ṣun é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus
    • Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ògún até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura. Assim a cidade fica livre da fome e miséria.
    • Ọ̀ṣun enfrenta o perigo quando Olorum, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Ọ̀ṣun voa até o deus maior levando um ebó, para suplicar ajuda. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Oşàlúfọ́n e as crianças que encontra. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que lhe queima, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olorum. E consegue seu objetivo pela comoção de Olorum.
    • Òşàlà tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Ọ̀ṣun vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Òşàlà.
    • Com grande compaixão, Ọ̀ṣun intercede junto a Olorum para que ele ressuscite Ọbalúwaìye, em troca do doce mel da bela orixá.
    • E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Ọ̀ṣun cuida da recém-nascida, a querida Oiá.
    A Riqueza de Ọ̀ṣun
    Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Ọ̀ṣun satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Òşàlà e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então se calar. E assim Ọ̀ṣun torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá feminino) jamais o fora".
    Os Amores de Ọ̀ṣun
    Ọ̀ṣun luta para conquistar o amor de Şàngó e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.
    Ela livra seu querido Ọ̀ṣọ́ọ̀si do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu.
    Ọ̀ṣun provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Şàngó e Ògún, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Şàngó é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la. Afinal Ọ̀ṣun quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Şàngó, ao lado de Òbá e Oiá, Ọ̀ṣun é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada.
    Como Ọ̀ṣun conseguiu o segredo do Jogo de Búzios
    Ọ̀ṣun queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exú e este não queria lhe revelar. Ọ̀ṣun foi procurá-lo. Ao chegar perto do reino de Exú, este desconfiado perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exú se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exú o cega e arde muito. Exú gritava de dor e dizia;
    - Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?
    Ọ̀ṣun fingindo preocupação, respondia:
    - Búzios? Quantos são eles?
    - Dezesseis, respondeu Exú, esfregando os olhos.
    - Ah! Achei um, é grande!
    - É Okanran, me dê ele.
    - Achei outro, é menorzinho!
    - É Eta-Ogundá, passa pra cá...
    E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Ọ̀ṣun, resolveu-lhe dar também o poder do jogo e dividí-lo com Exú.
    Conta-nos outra lenda, que para aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, Ọ̀ṣun, foi procurar Exú. Exú, muito matreiro, falou à Ọ̀ṣun que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Ọ̀ṣun sobre os domínios de Exú durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a ensinaria.
    E, assim foi feito, durante sete anos Ọ̀ṣun foi aprendendo a arte da adivinhação que Exú lhe ensinará e conseqüentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os sete anos, Ọ̀ṣun e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Ọ̀ṣun resolveu ficar em companhia desse Orixá. Em um belo dia, Şàngó que passava pelas propriedades de Exú, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Ọ̀ṣun. Foi-se a tal ponto que Şàngó, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Ọ̀ṣun rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú. Şàngó então irritado e contrariado, seqüestrou Ọ̀ṣun e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de convivência. Chegando nas terras de Şàngó, Exú foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Ọ̀ṣun, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Ọrúnmilà, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Ọ̀ṣun desvencilhar-se dos domínios de Şàngó. Exú, através da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. Ọ̀ṣun tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exú para sua morada.


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